Nada mais justo que começar este blog com uma resenha do filme do meu japa preferido do cinema contemporâneo: Kore-Eda. “O que eu mais desejo” (Kiseki) está em cartaz em São Paulo. A história, como em muitos trabalhos anteriores do diretor, tem como foco a dissolução da família. Koichi e Ryu são irmãos e moram em cidades diferentes desde que seus pais se divorciaram. Certo dia, o mais velho, Koichi, escuta uma lenda urbana a respeito do novo trem bala, assunto que está causando comoção também entre os adultos. Segundo a lenda, quando os trem balas se cruzarem em determinado trajeto, a energia que é gerada neste momento é capaz de realizar um desejo. Começa, então, a aventura dos irmãos e seus amigos em busca de seus sonhos.
Koichi vive com a mãe e os avós em uma cidade próximas de um vulcão. Insatisfeito, ele está sempre mantendo contato com o caçula Ryu, que parece estar se divertindo com a nova rotina com o pai músico. Ele escuta sobre o novo trem bala e não tem dúvidas: o seu desejo é que o vulcão desperte e, dessa forma, as pessoas da cidade serão obrigadas a fugirem. Em sua mente ingênua, acredita que dessa forma seus pais voltarão a morar juntos.
A conversa sobre o assunto com Ryu demonstra que ele é um pouco mais maduro que Koichi. Ryu relembra as brigas de seus pais e questiona se seria realmente melhor voltarem a viver juntos. Enquanto a ideia ainda está sendo elaborada, o assunto é extendido para os amigos de Koichi e Ryu. Alguns com desejos mais sérios e outros carregados da inocência infantil.
As crianças se esforçam para conseguirem o dinheiro das passagens e elaboram o plano para fugirem da escola e neste ponto contam com ajuda do avô de Koichi, que lhe contou tudo. Assim Koichi e mais dois amigos partem para encontrar Ryu, que está com mais três amigos. A galerinha reunida finalmente, a aventura começa recheada de empecilhos, que certamente são fundamentais para o amadurecimento deles.
É um filme gracioso. Daqueles que você assiste o tempo todo exibindo um sorriso. As crianças são incríveis e cativantes. Para quem conhece a dramaturgia japonesa, o elenco adulto não fica atrás: Hiroshi Abe, Yui Natsukawa, Nene Ohtsuka e Joe Odagiri. E as menções aos artistas pop Arashi e Exile foi uma boa sacada (para quem é fã, obviamente).
O filme, que estreou em maio, ainda está em carta no Reserva Cultural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário